sábado, 16 de dezembro de 2023

Destino poético


 Em minha simplicidade
Sempre quis ser professora,
Mas destino caprichoso 
Quis fazer-me escritora.
Sei que não sou menestrel 
Das letras faço o cordel 
Numa linha promissora.
 
Talvez por eu ter nascido 
Lá nas brenhas do sertão 
Terra berço de cordéis
Esquentei o pé no chão!
Traçou-se assim meu destino
Dando-me logo este tino
De ser malina em refrão. 
 
E em se tratando de livros
Não tinha o que escolher 
Os cordéis chegaram cedo
Adoçado o meu viver 
De livros era a opção 
Despertando uma paixão
Fazendo-me aprender ler.
 
Meu pai amava os livretos 
Cantava e fazia leitura 
Nem sei se tinha intenção
De preservar a cultura,
Mas quando pra feira ele ia
Lembro bem, sempre trazia 
Bons cordéis e rapadura.
 
Aqueles gestos tão simples
Serviram de ensinamento
Hoje posso garantir:
Quem tem bom embasamento  
Na educação familiar
Um dia vai se gabar
De tanto empedramento.
 


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