quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Serra pelada


O garimpo de Serra Pelada
Está localizado no Pará.
Lá desde os anos setenta
Começaram a garimpar,
São as toneladas de metais
Que faz o garimpeiro sonhar.


E lá em seu período áureo
Tinha armazém da COBAL
Correios e postos  policiais
Das policias Militar e federal
O ouro de lá  era repassado
Direto para o Banco Central.

O morro dali virou um buraco
Com muitos desmoronamentos
E as mortes dos garimpeiros,
Ali era de modo bem frequente
Mas por causa da profundidade
A extração caiu de modo violento.

Sabe-se mesmo que o ouro ali
Existe sim, e em grande quantia,
E foi isto que chamou a atenção
Dos garimpeiros e de autarquias
Dos deputados, Senadores e até
De Ministros de minas e energia.

 Mas, desde os anos noventa
Que esta mina foi desativada
Daí uma grande mineradora
Começou logo a ser ativada
E a esperança do garimpeiro
Mais uma vez foi renovada.

Mas tempos bons acabaram
Quem não lembra o “Curió”,
Ultimamente a coisa mudou
Mas tudo de mal para pior,
Só garimpeiro ainda acredita
Que “O amanhã” será melhor...

Dos milhares de garimpeiros
Tem um número bem reduzido.
Fala-se nuns trinta e seis mil.
E haja homens pobres e sofridos
Que continua sempre sonhando
Sem perceber o tempo perdido.

São homens envelhecidos
Doentes, magros, sem dentes
Que ali mergulham na ilusão
E afogam-se no sofrimento.
Na luta muitos já morreram
E outros viraram indigentes.

 Os que moram lá no garimpo
Vivem em péssimas condições.
E os outros estão espalhados
Muitos moram no Maranhão
Eles sempre aparecem por lá
Toda vez que inventam eleição.

E é um grande reboliço
Quando tem uma reunião
Vem gente de todo lado
Do Piauí e do Maranhão,
Os políticos entram no meio
Só pra aumentar a confusão.
.
E quando tem eleição ou,
Assembleia de garimpeiro
Com medo de ficar de fora
É um grande o desespero.
Para assinarem a presença
Gastam seu último dinheiro.

Ficam desesperados e vendem
Até o último pinto do terreiro
Vendem as cabras e os cabritos
E deixam limpo o chiqueiro
Eles fazem qualquer negócio
Para arrumar um este dinheiro.

 Em Assembleia de garimpeiro,
Quando vai ter uma votação.
Não tem cédula e nem urna.
É na base do: "Levanta a mão"!
Garimpeiro vota até sem saber
Se foi no “Sim”, ou no “Não”.

E depois é bom ficar calado,
Para evitar mais confusão
E esperar para repetir o erro.
Quando tiver outra eleição.
Só assim eles ganham tempo
Para alimentar esta ilusão.

É, e ficando de bico calado
O garimpeiro evita contenda
Porque muitos até morrem
Ali antes que se arrependam
Pois pra uns a morte chega
Até mesmo por encomenda.

Quando matam um garimpeiro
Quase não tem investigação
Dizem: “foi acerto de contas”
Pra não aumentar a confusão
As viúvas ficam desamparadas
Ninguém tem delas compaixão.

Eita classe de gente sofrida
A Jesus pedimos clemência
Dai a eles muita sabedoria
São cheios de benevolências
Já chega de tanta injustiça
Livra-os das malemolências.

O sofrimento castiga a classe
Que continua desamparada
Pois só em tempo das eleições
É que ali eles são lembrados
Agora tem a tal de COMIGAS
E eita coisinha complicada!

Só o garimpeiro não entende
Que lá tudo é só embromação
Tanto desta tal de COMIGASP
Quanto por parte da oposição
É uma lengalenga dos diabos,
E tudo não passa de enrolação.

E a COLOSSO MINERALS
Anuncia as toneladas de ouro
O garimpeiro alimenta a ilusão
Nem percebe que é só agouro
Pois jamais vão por suas mãos
Naquele tão sonhado tesouro.

De um lado a tal de COMIGASP
Do outro rebate o mal da oposição
Estes dois grupos não se entendem
E só serve pra aumentar a confusão
Dizem que usam até nome de morto
Pra tentar validar uma convocação.

Hoje a tal “JOINT VENTURE”
Foi quem retomou a exploração
Esta companhia até prometeu
Retirar o ouro dali sem tensões
Prometendo dá aos garimpeiros
Um quarto dos lucros da operação.

Dali a certeza que temos é que
A  mina tem  um  potencial
Mas que estes homens sofridos
Receberiam ou não esta parcial
Esperar pra ver no que vai dá
Embora seja um pouco crucial.

Se pensarem que falamos demais
Desculpem, mas não vamos parar
Saibam que esta é a pura realidade
Queiram pesquisar para confirmar
E se agora esta tudo muito quieto.
Logo em breve vão se alvoroçar
  
Chega! É um golpe atrás do outro
Enrolar garimpeiro é brincadeira
Tudo ali é sonho que virou ilusão
Estão presos numa rede caçoeira
E até hoje de lá só ganharam o que
Grudou no sapato, “lama e poeira”.




Autora: Lusinete Bezerra da Silva (Lusa Silva)


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6 comentários:

  1. É PURA VERDADE.Mas acho q o povo ainda vai esperar por muito tempo ou longos... Rosangela Cardoso - Conceição do Araguaia/PA.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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